Você que é cabeleireiro, entregador ou comerciante: por que MEI pode ser seu melhor passo em 2025

Por Jailson Souza de Jesus l Contador CRC BA/028223-O l 09/10/2025

Introdução

Se você trabalha como cabeleireiro, faz entregas, vende roupas ou tem um pequeno negócio local, provavelmente já considerou formalizar-se como MEI. O Microempreendedor Individual é uma alternativa que oferece benefícios reais para quem quer colocar tudo no papel, ter segurança jurídica, acessar crédito ou emitir notas fiscais. Mas, para que essa formalização valha a pena, é importante entender as regras atuais, os prós, e como se organizar para evitar surpresas.

Quem normalmente escolhe o MEI

Profissionais de beleza, comerciantes de pequeno porte, entregadores e trabalhadores de serviços domésticos são os que mais aparecem entre os MEIs. Esses perfis se beneficiam por exigirem pouco investimento inicial, por permitirem flexibilidade de horários, e por atenderem a demanda local imediata. Um cabeleireiro que atende em casa, um entregador de aplicativo ou uma pessoa que vende em sua própria comunidade frequentemente veem no MEI um caminho para formalizar sem grandes barreiras. Essas pessoas tendem a ter receita mensal mais modesta, mas constante, e geralmente não possuem estrutura grande ou funcionários múltiplos.

As regras fundamentais que devem ser respeitadas em 2025

Para continuar no regime de MEI, é essencial observar que o limite de faturamento anual permitido permanece em R$ 81.000,00, salvo em casos especiais. Se o negócio foi aberto durante o ano, o valor aplicável será proporcional ao número de meses de operação. Também é permitido ter apenas um empregado, que deve receber ao menos o salário mínimo ou piso da categoria. Se a sua atividade exige emissão de nota fiscal ou de alvará municipal, sanitário ou outro tipo de licença local, você deve providenciar isso. Cumprindo essas regras, você permanece regular.

Benefícios que fazem diferença para quem atua nesses setores

Formalizar-se como MEI traz vantagens importantes. Primeiro, você passa a ter CNPJ, o que ajuda a abrir conta bancária empresarial, negociar com fornecedores, participar de licitações ou contratos que exijam documentação legal. Segundo, o imposto é simplificado: você sabe o quanto paga mensalmente (o DAS), o que facilita o planejamento financeiro. Há também a cobertura previdenciária, que permite acesso a aposentadoria, auxílio-doença, pensão por morte. Para quem trabalha com entregas ou beleza, emitir nota quando necessário abre portas para atender empresas e não só clientes finais. Todos esses pontos garantem mais segurança e menos risco no dia a dia para quem depende da renda do próprio trabalho.

Cuidados que você precisa ter para não perder benefícios

Mesmo com todas as vantagens, há situações que podem comprometer os benefícios do MEI. Ultrapassar o limite de faturamento anual sem comunicar ou migrar pode obrigar você a sair do regime simplificado e enfrentar cobranças retroativas. Deixar de emitir nota fiscal quando clientes exigem isso pode gerar rejeição de contratos ou problemas legais. Atrasar o pagamento do DAS mensal prejudica a regularidade do CNPJ, o que pode impedir o acesso a crédito ou a benefícios previdenciários. Também é importante entregar a declaração anual de faturamento mesmo nos anos em que o negócio não tenha gerado receita. Não fazer isso pode gerar complicações com órgãos fiscais.

Exemplos práticos para você ver como funciona

Imagine Maria, que trabalha como manicure em sua casa e atende vizinhos e amigos. Ela decide virar MEI para emitir nota para salões ou clientes que pedem. Ela organiza uma reserva mensal para pagar as obrigações fixas, controla o valor que fatura todos os meses para não ultrapassar o limite, e assim garante seus direitos sem surpresas. Outro exemplo é João, entregador de aplicativo. Ele passa a usar o MEI para formalizar serviços prestados para empresas, pagar seu DAS em dia, recebe benefícios previdenciários e melhora seu acesso a crédito, o que antes podia ser negado por falta de CNPJ ou documentação.

O que fazer para formalizar-se bem

Primeiro passo é verificar se sua atividade está permitida como MEI. Depois, se abrir o MEI no meio do ano, calcular o faturamento proporcional para não ultrapassar o limite. Organize seus custos fixos, materiais e deslocamentos para entender bem suas despesas mensais. Reserve parte do que você ganha para pagar o DAS mensal e qualquer taxa de licença ou alvará que sua cidade exigir. Use planilhas simples ou aplicativos para registrar o faturamento. Procure apoio local (SEBRAE, associações de empreendedores, contadores) para orientações específicas.

Conclusão

Formalizar-se como MEI pode ser um passo transformador para quem atua nos setores de beleza, entregas, comércio ou pequenos serviços. Traz mais segurança, mais oportunidades, e menos dor de cabeça burocrática. Mas não basta apenas abrir o cadastro: é necessário organizar finanças, acompanhar os limites, cumprir obrigações e manter tudo em dia. Se isso for feito com atenção, você aproveita o que o MEI tem de melhor e constrói uma base sólida para crescer.